Análise – The Last of Us Remastered

O ano passado foi um ano que nos trouxe grandes jogos como Grand Theft Auto V, Assassin’s Creed IV: Black Flag, mas o principal deles, ganhando mais de 200 prêmios de “Jogo do Ano”, foi The Last of Us. O jogo exclusivo do PlayStation 3 encantou não só o público como a crítica, até mesmo por nós aqui do Jogazera. E graças a isso não demorou muito para que a Naughty Dog anunciasse uma versão remasterizada para o novo console da Sony, prometendo melhores gráficos e jogabilidade.

The Last of Us Remastered traz todo o conteúdo já lançado para o The Last of Us original, como seus dois pacotes multiplayers, assim como Left Behind, o add-on da campanha single-player que conta um pouco mais da história da Ellie.

Uma coisa é inegável: The Last of Us Remastered é a oportunidade de ouro para quem ainda não jogou essa obra-prima da Naughty Dog, mas será que ela está assim tão diferente da versão original de PlayStation 3 a ponto de valer o seu preço? Confira em nossa análise.

História

Essa parte eu irei copiar das respectivas análises que já fizemos previamente, já que a história do jogo se manteve intacta. Para começar a ler sobre as novidades técnicas do jogo é só ir diretamente para a parte de “Aspectos Técnicos” da análise.

The Last of Us

Há cerca de 20 anos, uma pandemia se espalhou pela Terra: um certo tipo de fungo, quando inalado por uma pessoa, causa uma infecção mortal. Esse fungo se instala no sistema nervoso central do hospedeiro e se espalha gradativamente pelo corpo, transformando a pessoa num morto-vivo. Essa doença não tem cura, e se espalhou rapidamente, dizimando quase que totalmente a população do planeta.

Quando começamos a jogar, estamos na pele de Sarah, uma jovem de 12 anos, filha de pai solteiro. Na noite de aniversário do seu pai, Joel, a doença toma proporções catastróficas, espalhando medo e destruição no lugar que vivem. Joel e Sarah se juntam a Tommy, irmão mais novo de Joel, e tentam fugir para a cidade. Lá eles encontram infectados, e um exército despreparado, que atira em pessoas inocentes por suspeitarem que estas estivessem infectadas. Nessa confusão, Sarah é baleada e protagoniza uma das cenas mais emocionantes do jogo.

Após esta breve introdução (os primeiros dez minutos mais tensos e emocionantes das introduções dos jogos), nós acordamos com um Joel mais velho, 20 anos depois do ocorrido, em um mundo destruído, onde as pessoas vivem em zonas de quarentena controladas pelo exército. Ao lado de outros personagens secundários, o protagonista conhece Ellie, uma jovem de 14 anos que nasceu após o colapso dessa doença. Joel é um “entregador” e recebe a missão de levar esta garota para um grupo de rebeldes denominados Vagalumes. Ellie é imune à essa doença, e torna-se a chave para a descoberta de uma cura que poderá salvar o planeta.

E o que começa como uma relação de transportador e carga entre Joel e Ellie, se transforma em uma complexa e envolvente relação de amizade e esperança. Daí em diante, graças à Naughty Dog, a história é conduzida de forma brilhante. A construção de todos os personagens, incluindo os secundários, são muito verossímeis. Todos possuem personalidades marcantes e propósitos bem definidos, que justificam suas condutas e atitudes ao longo do jogo. Todas essas características são extremamente bem trabalhadas no título, algo raro de se ver na indústria de jogos eletrônicos, fazendo do enredo de The Last of Us digno de cinema.

Left Behind

O jogo vai revezando entre a Ellie que conhecemos e uma versão mais jovem da mesma, enquanto ainda vivia na escola militar.

A trama começa após Joel ser ferido durante certos eventos da campanha principal, cabendo a Ellie cuidar dos ferimentos de seu companheiro. A garota parte em busca de suprimentos dentro de um antigo shopping, enquanto tenta sobreviver aos infectados e caçadores que estão por lá. O grande destaque mesmo são os “flashbacks” em que vemos a relação de Ellie e Riley, sua melhor amiga.

Nos flashbacks, a jovem Ellie é acordada por Riley, que havia se juntado com os Vagalumes, e por causa disso fazia um certo tempo que as duas não se viam. Riley então convence Ellie a explorar o shopping center da região e é ai que a a carga emocional aumenta.

Gameplay

Do lado de fora da zona de quarentena, tudo é uma ameaça. A começar pelos infectados, que se comportam de diferentes formas dependendo do grau de infecção do fungo. O primeiro tipo de infectado é o corredor: recém-infectados, possuem visão aguçada, são agressivos e correm em sua direção para matá-lo. O segundo estágio da infecção é o estalador: estão infectados há mais tempo que os corredores, a ponto do fungo ter tomado completamente o seu cérebro (chegando a explodir o crânio), não enxergam mas possuem audição aguçada, e correm em sua direção ao ouvir o menor barulho. O último estágio da infeção é o chamado baiacu: o fungo tomou quase que completamente seus corpos, são resistentes e podem atirar esporos em sua direção.

Há também ameaças humanas na jornada de Joel e Ellie (muitas vezes mais perigosas que os infectados). Caçadores andam armados, possuem inteligência artificial aguçada, e vão matá-lo a qualquer custo. Joel possui uma mochila para guardar itens encontrados no cenário, com os quais é possível montar coquetéis molotov e outros objetos que o ajudarão a se livrar dos inimigos. Enquanto você monta um item, o jogo continua rodando em tempo real, tornando-o um alvo fácil, adicionando um elemento muito realista e sensação de insegurança o tempo todo. Existe uma boa variedade de armas de fogo, mas a munição é escassa, obrigando-o a usar o estilo stealth para apunhalar os inimigos pelas costas.

Se por um lado os sistemas de montagem de itens e upgrade de armas adicionam elementos inteligentes e divertidos no jogo, outros aspectos podem irritar alguns jogadores. A linearidade da história é um exemplo, ainda que você tenha bastante liberdade para vasculhar o cenário que se encontra. Outra coisa que irrita é que os inimigos (infectados ou não), só detectam a presença de Joel, mesmo que a Ellie cante, dance e sapateie na frente deles. Mas nada disso prejudica a imersão no jogo.

The Last of Us™ Remastered - Photo Mode

Aspectos Técnicos

A grande maioria concorda que The Last of Us foi o jogo responsável por levar o PlayStation 3 ao seu limite e não achavam que o jogo teria grandes mudanças gráficas, mas quando nós jogamos o The Last of Us Remastered é possível ver essa diferença. O jogo possui texturas com uma resolução muito mais nítida do que a de seu antecessor graças ao poder da nova geração.

A principal mudança é o upgrade que o jogo sofreu em sua resolução e fps, indo de 720p/30fps para 1080p/60fps. A princípio não é uma mudança que muitos consideram ser significativa, mas acredite, ela é. Mas caso você tenha dúvidas se há tanta diferença entre os frames por segundo, a Naughty Dog habilitou a opção de travar o jogo a 30fps para compararmos com os 60fps nativos.

Outra novidade que foi muito bem vinda foi a adição do Photo Mode. Esse modo permite que você controle a câmera de uma forma quase livre, possibilitando tirar screen shots incríveis do jogo para compartilhar com seus amigos, ou apenas guardar como lembrança.

Também vale a pena citar que graças a edição dos excelentes gatilhos do Dualshock 4, os botões de mirar e atirar foram alterados de L1 e R1 para L2 e R2. Admito que a princípio eu estranhei isso, mas com o tempo a fluidez de se atirar e mirar com esses gatilhos torna a experiência com o jogo muito melhor.

Vale comentar que os diários em áudio que pegamos durante o jogo e o click da lanterna ligando e desligando saem pelo microfone do controle. Detalhe meio bobo, mas que é muito interessante para a imersão do jogo.

Multiplayer

Os fundamentos do multiplayer do jogo continuam tão bons quanto antes, mas graças a adição dos 60fps de frame rate e dos pacotes de expansão que vieram com a versão Remastered, que inclui novos mapas para esse modo, fez com que melhorasse consideravelmente a experiência para os jogadores. Para maiores informações segue o trecho da análise original que fizemos do The Last of Us para o PS3.

O multiplayer de The Last of Us consiste de partidas de até oito jogadores (são dois times de 4 x 4). Existem apenas duas modalidades de partidas: suprimentos, onde cada time tem 20 reforços, e o time que zerar os seus reforços é o perdedor; e sobreviventes, onde não há reforços, e o time que ganhar mais rodadas vence.

Ao iniciar a primeira partida do multiplayer, o jogador deve escolher um clã: caçadores ou vagalumes. O objetivo do multiplayer é coletar suprimentos e manter o seu clã vivo por 12 semanas (cada partida representa 1 dia para o seu clã). Para manter o seu clã vivo e crescendo, é necessário coletar suprimentos, que são encontrados nos corpos dos jogadores que você mata nas partidas. O excedente de suprimentos faz o seu clã crescer, e o déficit de suprimentos faz os membros do seu clã ficarem famintos, doentes e morrer.

Se você conseguir sobreviver as 12 semanas, o jogador ganha um prestígio e um troféu de multiplayer (existem 4 troféus no modo multiplayer), caso contrário você perde todo o progresso e volta para a primeira semana.

O gameplay é muito semelhante ao do singleplayer. Você deve coletar itens em caixas pelo mapa, montar bombas, facas e outros objetos, espalhar armadilhas pelo chão, ou simplesmente matar os inimigos no tiro. Diferentemente dos outros jogos de tiro, esse é mais lento e estratégico, e tão tenso quanto o modo campanha. Você pode andar abaixado e usar o modo escuta para ver a localização dos seus inimigos no mapa. É possível personalizar sua classe ou usar uma classe da armas pré-definida.

Em resumo, o multiplayer é inteligente e divertido. Pode ser um pouco complexo de entender no primeiro momento, o que o torna ainda mais interessante, pois a cada partida você descobre um segredo novo. As partidas ficam ainda mais divertidas quando você monta um time com seus amigos, permitindo que vocês conversem pelo headset e montem estratégias para eliminar os adversários.

Conclusão

The Last of Us Remastered é compra obrigatória para qualquer dono de um PlayStation 4, tanto para você conhecer a incrível e tocante história de Joel e Ellie, inclusive a fantástica DLC Left Behind, que foca na história da Ellie antes dos eventos do jogo original. Quanto para você que já jogou esse, que ouso dizer ser a obra-prima da geração passada, vale a pena revisitar os Estados Unidos pós apocalíptico que a Naughty Dog criou, graças as melhoras técnicas que a versão remasterizada sofreu.

Review - Ficha Técnica

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  • História fantástica.
  • Todos os personagens são bem trabalhados.
  • Multiplayer viciante.

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Aviso: A cópia de The Last of Us Remastered utilizada para fazer este review foi gentilmente cedida pela BuyGames.