Análise: RIVE é uma supresa agradável que “mistura” Resogun com Super Meat Boy

Impulsionado pelo sucesso da série Dark Souls, o cenário de jogos difíceis ganhou muitos adeptos recentemente. A indústria percebeu que não bastam gráficos de última geração para impressionar os jogadores. É preciso inserir nos jogos certa dosagem do fator risco e recompensa — jogos que exijam habilidades ímpares dos jogadores sem frustá-los, e que ofereçam recompensas justas por seus esforços. RIVE é certamente o mais novo representante desse gênero.

RIVE é bem difícil, capaz de agradar os saudosistas que buscam um bom desafio com uma pitada de inovação.

Classificado como um jogo híbrido de plataforma e shooter em 2D, RIVE alterna entre a jogabilidade clássica de shooters como Resogun e a agilidade e controles precisos de platformers como Super Meat Boy. A fórmula deu certo. RIVE é um jogo extremamente desafiador, capaz de agradar os saudosistas que buscam um bom desafio com uma pitada de inovação.

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(Clique aqui e veja o trailer da jogabilidade)

No jogo, controlamos o sarcástico explorador Roughshot, que na busca por espólios se vê preso em uma misteriosa nave espacial. Enquanto procura uma forma de escapar da nave com vida, Roughshot terá diálogos bem humorados com o vigilante da nave espacial, um simpático robô controlado pela IA (inteligência artificial). Na jogabilidade, porém, é onde o gênero híbrido de RIVE mostra o seu brilho.

A todo instante o jogador é desafiado, exigindo coordenação e muito sangue frio, o que pode frustrar os mais casuais.

Correr contra a lava em corredores estreitos, desviar de feixes elétricos, saltar entre bolhas gravitacionais… Tudo isso enquanto lida com hordas incansáveis de inimigos. A todo instante, o jogador é desafiado, exigindo coordenação e muito sangue frio. Em alguns trechos, falhei miseravelmente seguidas vezes — o que pode tornar o jogo frustrante para os mais casuais —, mas nada que a repetição não seja capaz de resolver. Os checkpoints, em sua maioria, são aliados generosos.

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Ao final de cada capítulo, o jogador pode adquirir alguns upgrades, como um ímã maior para coletar os drops dos inimigos, melhoria no escudo e armas especiais. A falta de variedade de upgrades é um ponto negativo do jogo, mas não é o único aspecto de RIVE que peca pela falta: até a primeira metade do jogo, já somos apresentados a todas as variedades de inimigos.

O destaque positivo são os cenários, que além de bem elaborados (no aspecto de level design), também são incrivelmente belos.

RIVE é curto, possui 12 capítulos e pode ser finalizado entre 3 e 4 horas (se você não jogar o controle na parede antes). O jogo tem o modo campanha apenas na dificuldade Hard, o modo Speed-Run e modo Single-Credit (única vida) — que eu joguei, morri com apenas 9% do progresso e fiquei na 5ª colocação do ranking mundial.

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Conclusão: O desafio constante, as mecânicas precisas e o visual refinado fazem de RIVE uma ótima recomendação para os fãs dos gêneros shooter e plataforma. Por outro lado, a falta de um sistema complexo de upgrade do personagem, assim como a curta vida útil do jogo e a ausência de multiplayer, deixam o gosto amargo de potencial perdido.

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Esta análise foi realizada com base na versão de PS4 gentilmente disponibilizada ao Jogazera pela desenvolvedora. RIVE está disponível para PlayStation 4 na PS Store e para PC no Steam.

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