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Análise: Revivendo o passado, Secret of Mana exala nostalgia e inocência

Análise – Secret of Mana

Vivemos uma geração que, de certa forma, não deixa os jogos se tornarem clássicos. A quantidade de ports, remakes, remasters ou seja lá como você (e as empresas) preferirem chamar, é incontável nos tempos atuais.

Quando um jogo faz muito sucesso, na geração seguinte, existe a chance dele voltar. Assim podemos reviver ele antes dele se tornar um título com gráficos defasados demais. Fora isso, os que não tiveram oportunidade de jogar, dentro de três ou quatro anos estarão desfrutando do game.

Isso é bom. Mas como eu disse: o termo clássico não combina com isso.

Secret of Mana é a personificação da alcunha. Um clássico instantâneo de sua época, atravessou gerações sempre sendo lembrado – com muita empolgação. Agora, anos depois, recebe um remake, que deixa qualquer Pokémon Heart Gold/Soul Silver com o as sobrancelhas erquidas.

Recolorindo o passado

Quando falamos de resgatar jogos memoráveis, inconscientemente, ficamos com um pé atrás. Secret of Mana, agora no PS4, respeitou bem o legado do original, mantendo a jogabilidade o mais próximo possível do clássico – o que, até certo ponto, ficou um tanto retrógrado. A sensação de se estar jogando um game antigo fica a (quase) todo instante presente. Se não fossem as cores e as animações modernas, poderíamos facilmente dizer que o jogo não mudou nada.

O sistema de combate mantém a pegada de RPG de ação, inovadora em sua época, dando liberdade para o jogador circular no campo de batalha e tomar decisões rápidas. Apesar da liberdade o jogo te limita um pouco nos momentos em que você precisa controlar os outros personagens na party. O menu circular é pouco funcional, causando uma certa confusão em diversos momentos. Talvez, esse ponto poderia ter sido mais lapidado, acrescentando uma fluidez maior a dinâmica de combate. Em alguns momentos as batalhas podem se tornar frustrantes, mesmo contra inimigos comuns – tanto por alguns bugs, quanto pela funcionalidade falha entre os menus.

A narrativa do jogo se constrói de forma sólida, apesar de ter alguns aspectos um tanto nebulosos. A interação dos personagens acontece, normalmente, quando se descansa nas casas de repouso – inclusive, não deixe de passar por elas e gastar uma moedinhas, dessa forma você acompanha diálogos realmente únicos. Os NPCs são bem vivos e com trejeitos marcantes, certamente você não esquecerá algumas quests e personagens que encontrará durante a trama.

O jogo reconta a história original com muito respeito, mantendo os mesmos passos e animando os caminhos que outrora foram apenas imaginação. O remake recebeu também um mini-mapa, que ajuda o jogador e ao mesmo tempo homenageia o clássico- ele é todo pixelado, no estilo dos tempos de cartucho. Além disso, no menu temos a opção de jogar com a música original – este que é, para mim, um ponto muito alto, visto que as músicas refeitas não ficaram tão boas quanto as clássicas.

Vale a pena?

Secret of Mana é, e sempre será, um jogo incrível, digno de ser jogado e rejogado, o quanto você puder. Uma aula de RPG e carisma, com personagens interessantes, diálogos curiosos e um mundo com povos e regiões memoráveis.

Apesar dos bugs, que trazem um incômodo em determinados momentos, o jogo funciona muito bem no console da Sony. Pouco audacioso mas fiel ao seu passado, Secret of Mana abraça os jogadores apaixonados por J-RPGs clássicos. Ver tudo o que vivemos, reanimado com gráficos tão bonitos, é indescritível. É como se o passado fosse recriado, diante de nossos olhos.

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Esta análise foi realizada com base na versão de Playstation 4 Regular, gentilmente cedida pela distribuidora. Secret of Mana já está disponível para Playstation 4, PS Vita e PC.

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