Análise: Gears of War 4 inicia uma nova história sem esquecer de suas raízes

Gears of War 4 carrega um peso enorme por ser uma das franquias exclusivas de maior sucesso no Xbox, e uma grande aposta da Microsoft.

Após a finalização da história em Gears of War 3 e o fracasso do prequel (Gears of War Judgment), muitos consideraram que essa incrível franquia havia, de vez, terminado. A compra dos direitos pela Microsoft em 2014 foi algo inesperado e, desde então, criou-se muita expectativa (e desconfiança) sobre qual seria o futuro da série, que só aumentou com o anúncio da continuação em 2015. Sendo lançado simultaneamente em duas plataformas (Xbox One e Windows 10) pela primeira vez, Gears 4 chega com a grande responsabilidade de iniciar uma nova fase de uma das franquias mais queridas do mundo — e felizmente, não faz feio não.

A história desse novo capítulo da série se passa 25 anos após a conclusão da trilogia original em Gears of War 3, com novos personagens e uma diferente abordagem. O protagonista é James Dominic “JD” Fenix (filho de Marcus Fenix), que conta com a ajuda de seus amigos, Del e Kait para arrumar altas confusões. Falando brevemente sobre eles, Del é o cara super “duuuude” e engraçado; Kait tem uma personalidade forte e charmosa, mas a surpresa (um pouco negativa) é o protagonista JD, que é meio sem sal e aparece muito mais no relacionamento meio complicado que tem com o pai. Mas tudo bem, a forma que a história se desenrola com todos eles acaba compensando isso e não é um grande problema.

Os primeiros minutos de Gears 4 podem parecer um pouco estranhos para os fãs dos originais, mas não desanime, stick around!

A fase inicial serve apenas para conectar o game com a história original, e nas subsequentes, seus primeiros inimigos são robôs da COG, uma novidade que pode parecer meio chata (convenhamos: atirar em monstros > atirar em lata). Mas logo o jogo muda completamente de cenário com a entrada de Marcus Fenix na história e seu verdadeiro inimigo é revelado: Swarms!

gears_of_war_4_image14

Apesar de existir a questão de “salvar a humanidade” após os 25 anos de paz em Sera, como Gears of War 4 é apenas o primeiro jogo da nova fase da franquia, a “pegada” é um pouco diferente. Há um grande foco no relacionamento entre os antigos e novos personagens, algo muito bem construído pela The Coalition (nova desenvolvedora do jogo) ao longo dos 24 capítulos da campanha (que rendem cerca 8 a 9 horas de jogo, dependendo do seu estilo). Há muitas interações entre os personagens durante a história, e o uso acertado de várias cut-scenes para garantir um constante aumento do suspense e tensão conforme o enredo se desenvolve.

A jogabilidade de Gears 4 segue bem o estilo cover-based shooter da série e, conforme se avança na história, é importante saber dominar bem o estilo, pois seus inimigos vão cada vez ficando mais espertos. Apesar de seguir os antecessores, a jogabilidade tem algumas novidades: a movimentação dos personagens é mais ágil (por consequência, o ritmo do jogo é um pouco mais rápido), boa parte das “muretas” agora podem ser destruídas, é possível se mover de “cover para cover”, agarrar inimigos próximos (e eles lhe agarram também!) e, por fim, novas e divertidas armas foram introduzidas para ajudar você na progressão — algumas jogando bastante sangue na sua tela.

[videojs webm=”https://fat.gfycat.com/HandySkeletalGossamerwingedbutterfly.webm” loop=”true” controls=”false”]

Graficamente Gears 4 é bem feito e conta com texturas de alta qualidade, visuais bem detalhados e um desempenho otimizado no PC. O jogo possui uma infinidade de opções gráficas e, como de praxe, há casos onde a diferença entre ULTRA e HIGH não oferece ganho visual, mas pode lhe ajudar a economizam alguns bons FPS. Então para gamers como eu, que gostam de “MIN/MAX” as configurações dos jogos, sugiro lerem este artigo da NVidia, que detalha cada item de Gears 4. Com estas dicas, cheguei a uma combinação de settings Ultra/High, onde utilizando uma GTX 980 TI foi possível rodar o jogo a 1440p (QuadHD ou 2k) com FPS entre 70/90+ mesmo enquanto gravava o gameplay. Confira nossa sugestão de configuração:

[ilightbox id=”1″ columns=”4″][/ilightbox]

Multiplayer

gow4_mpComo o jogo ainda não havia sido oficialmente lançado durante nossos testes, infelizmente não conseguimos jogar o modo multiplayer, pois havia poucos slots disponíveis para quem recebeu a key para review. De toda forma, segue um overview dos principais detalhes dessa parte importante do jogo.

O MP de Gears of War 4 vem com os já tradicionais e conhecidos modos Execution, King of the Hill e Warzone, juntamente com os novos e criativos Dodgeball, Arms Race e Escalation, os quais explicamos um pouco abaixo:

Dodgeball é um novo e “tenso” estilo, onde cada morte revive um jogador do outro time, criando situações interessantes e podendo render momentos épicos de gameplay.

Arms Race é, efetivamente, uma “corrida entre as armas”, focado em estratégia e “quem matar primeiro”. Explico: os dois times iniciam a partida com a Boomshot (a mais poderosa do game) e o objetivo é matar o time adversário três vezes. O time que morrer as três vezes primeiro perde o direto de usar a Boomshot e passará a ter somente a segunda arma mais poderosa disponível, e assim sucessivamente, até terem somente a arma mais fraca.

Já Escalation é o modo de maior aposta da The Coalition para inclusive se tornar um eSport, consistindo basicamente em um base control com três diferentes zonas para serem disputadas em uma melhor de (incríveis) TREZE rodadas. E há um detalhe: o time que capturar as 3 bases imediatamente ganha a rodada, então realmente deve ser um modo bem disputado.

O tradicional Horde Mode também está presente com algumas modificações: sua base agora pode ser montada em qualquer lugar utilizando os Fabricators, grandes caixas que lhe permitem criar armas e barreiras para sua base (mecânica que é apresentada de forma simplificada em momentos da campanha para que os jogadores possam se familiarizar com o novo conceito).

O jogo agora possui classes com funções bem específicas e é imperativo que cada um faça sua parte para vencer a partida: Engineers, responsáveis por controlar e utilizar o Fabricator; Scouts (batedores), soldados rápidos com a função de coletar combustível pelo mapa e entregar aos engenheiros; Soldiers, classe tradicional de luta pesada, e por último, mas não menos importantes, Snipers, que dispensam explicações.

Por fim, Gears of War 4 será lançado com 10 mapas multiplayer (9 inéditos e o décimo sendo o tradicional Gridlock ), além da promessa da The Coalition de disponibilizar dois novos mapas por mês durante 1 ano para todos os jogadores — sim, nada de mapa exclusivo pago!

Confira mais algumas screenshots do game!

Conclusão

Podendo agradar tanto fãs originais quanto novos jogadores, Gears of War 4 chega com tudo para entrar na lista de grandes lançamentos de 2016. O enredo bem trabalhado, somado aos gráficos otimizados e uma jogabilidade que inova sem perder os fundamentos que tornaram a série original um grande sucesso, fazem desse “restart” uma acertada aposta da Microsoft.

Veja mais detalhes no nosso gameplay abaixo 😉

[alert type=white]

Esta análise foi realizada com base na versão de PC gentilmente disponibilizada ao Jogazera pela Microsoft. Gears of War 4 está disponível  para Xbox One e Windows 10 com lançamento previsto para 11 de Outubro.

[/alert]