A tentativa de reinvenção da fórmula Souls em Sinner: Sacrifice for Redemption

É impossível negar a influência recorrente que a brutal e desafiadora franquia da From Software, Dark Souls, teve em vários jogos, mesmo anos após seu lançamento e conclusão em 2015 com Dark Souls 3. Entre blockbusters e jogos independentes, vários estúdios beberam da fonte e tentaram (de maneira bem sucedida ou não), criar um mix próprio na fórmula que a série Souls propõe. Seja mudar de perspectiva, de um ambiente 3D para 2D como vários indies fazem ou estabelecer novas regras que mudam completamente a dinâmica da jogabilidade, o “Soulslike” vem ganhando cada vez mais espaço como um autêntico subgênero.

Sinner: Sacrifice for Redemption é um jogo independente produzido pelo estúdio Dark Star e publicado pela publisher Another Indie, com inspirações mais que óbvias da franquia Souls. Desde sua história obtusa até o combate metódico que mistura parries, esquivas e um arsenal com variados tipos de armas e itens, Sinner busca reinventar a fórmula no que os Soulslike tem de melhor: lutar contra chefes. Embora o conceito em si não seja original, o game conta com mais alguns detalhes que deixam cada batalha mais desafiadora.

O jogador controla o protagonista Adam, um guerreiro que busca redenção pelos seus pecados e precisa enfrentar vários chefes, cada um correspondente a um pecado capital. Ao enfrentar cada boss, Adam precisa fazer uma espécie de sacrifício no altar antes de começar a batalha. Por exemplo: ataque básico do dano reduzido, vidas e estamina reduzidas etc. A ideia funciona tanto na narrativa quanto no gameplay, embora a execução ainda carecesse de mais polimento – assim como o jogo inteiro.

O conceito do jogador ficar mais fraco a cada chefe é interessante, mas a recompensa precisaria ficar no mesmo nível do desafio – senti falta de algo que te motivasse a seguir em frente. Por conta da falta de polimento geral algumas lutas podem ocasionar frustrações recorrentes e mortes injustas, como posicionamento ruim da câmera e ataques que faltam impacto, não fornecendo um feedback melhor para o jogador. Além desses probleminhas, não há nada visualmente espetacular ou que já não tenha sido bem batido nessa trupe dos Soulslike. A performance do game no Nintendo Switch também não foi das melhores, com vários bugs gráficos e uma performance que sofre para manter uma taxa estável de quadros.

Para um jogo estreante, Sinner consegue fazer um trabalho competente, mas se perde no meio da multidão de outros jogos mesmo com uma premissa interessante e uma tentativa de reinventar as regras do game design que fez esse subgênero ficar tão famoso. Lançado em outubro de 2018, o jogo está disponível para PS4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

[alert type=white]Esse artigo faz parte de uma minissérie de pensamentos rápidos e impressões sobre algum jogo já lançado ou que não cobrimos em uma análise formal.[/alert]